A repercussão com memes da Camisa Vermelha da Seleção Brasileira

Camisa vermelha rende muitos memes

Camisa 6
Camisa 5
Camisa 1
camisa 7
Camisa 6 Camisa 5 Camisa 1 camisa 7

 

Por Alberto Gallo

Especialista em Infraestrutura.
PPED UFRJ

Publicado em: 6 de maio de 2025 às 21:59

 

 

O que está por trás desse debate, em torno da Cor Vermelha da Camisa da Seleção Brasileira, que virou uma discussão nacional, na base do meme?

Será que é só um despiste para o ocultar o péssimo futebol jogado por nosso time, ou os escândalos do INSS, Correios dos abusos de autoridades do judiciário e que já se tornam famosos em todo o mundo?

Agora no final de abril, a internet brasileira foi tomada por uma onda de memes e debates acalorados em torno do vazamento da possível camisa vermelha da Seleção Brasileira, prevista para a Copa do Mundo de 2026.

A proposta de adotar vermelha como segundo uniforme para o time do Brasil, gerou controvérsia, desagradando ex-jogadores, jornalistas e intelectuais.

A ideia, divulgada pelo site Footy Headlines, rompe com a tradição do azul, cor presente na bandeira nacional, e foi criticada por não representar as cores do Brasil.

A CBF, embora não confirme a mudança, enfrenta resistência interna devido ao potencial de divisão entre torcedores, especialmente em um momento de conexão fragilizada com a torcida, pelas péssimos resultados do time em campo nas eliminatórias.

Também há muitas denúncias de ingerência financeira, baixo nível da arbitragem e do VAR. Há sem dúvida uma nuvem de desconfiança sobre a figura do atual presidente a entidade.

Aliás a CBF, parece que diante da resistência, já afirmou que foi um mal-entendido e que a camisa será de um marrom avermelhado e não vibrante com as bandeiras políticas.

O que poderia ser apenas uma jogada de marketing esportivo virou combustível para a já tradicional polarização política do país.

De um lado, os autoproclamados nacionalistas de verde e amarelo; do outro, os progressistas que veem no vermelho um símbolo de luta e pertencimento à tradição socialista internacional.

Afinal, o que é um meme, senão uma notícia que viraliza, moldada para ocupar espaço no imaginário coletivo?

O meme, nesse contexto, é ferramenta e sintoma: ao mesmo tempo em que diverte, revela tensões profundas.

A camisa vermelha, que substituiria a tradicional azul como segundo uniforme, foi rapidamente associada a uma suposta tentativa de “ideologização” da Seleção, especialmente por uma ala da internet, que enxergaram na mudança uma afronta à identidade nacional e à tradição do futebol brasileiro. “Nossa bandeira não é vermelha, e nunca será”, bradou um torcedor, enquanto outros ironizavam sobre a possibilidade de incluir uma a face de Che Guevara no novo uniforme.

O meme não é necessariamente uma fake News e nem uma notícia consistente. É como uma charge, humor ou crítica ao imaginário coletivo. Por trás dos memes e das indignações, há interesses mais complexos.

O lançamento de uma camisa tão controversa em ano eleitoral não parece ser mera coincidência. Grandes marcas como Nike e Jordan, junto com a CBF, sabem muito bem o poder de uma polêmica para alavancar vendas e engajamento. Como apontaram internautas, “cada lado vai comprar o seu, e a Nike vai estourar de vender. Jogada de mestre”. A camisa, assim, deixa de ser apenas vestimenta esportiva para se transformar em campo de batalha simbólico – e, claro, em produto altamente lucrativo.

Vale a pena relembrar, durante o primeiro governo do atual presidente, em 2003, foi proposta uma marca para o Brasil representada por uma figura amorfa, semelhante a uma ameba, com múltiplas cores, incluindo uma grande mancha vermelha.

Essa escolha, que parecia aludir ao socialismo e a visões associadas a governos totalitário de então, como antiga USSR e China, foi amplamente rejeitada por sua falta de conexão com a identidade nacional. A melhor marca para o Brasil é, sem dúvida, a bandeira nacional, com suas cores vibrantes e simbólicas — verde, amarelo, azul e branco —, que representam a história, a cultura e a unidade do povo brasileiro.

A proposta da “ameba” foi tão absurda e desprovida de significado que não foi levada a sério. E parece que a lição não foi apreendida.

No fim das contas, a tradição é, muitas vezes, moldada e remoldada conforme interesses do momento. O futebol, que deveria unir, acaba servindo de palco para disputas que extrapolam o gramado.

E a camisa, antes símbolo de paixão nacional, vira peça de marketing e instrumento de sondagem de mercado, testando até onde vai a paciência – e o bolso – do torcedor brasileiro.

Fica claro a forte rejeição ao vermelho, maioria considera a escolha uma ruptura desnecessária com a história da seleção, que tradicionalmente utiliza as cores da bandeira nacional — verde, amarelo, azul e branco.

Há um sentimento compartilhado de que o vermelho, ausente da bandeira, não representa a identidade brasileira e é percebido como uma bola fora.

Inoportuno a CBF e Nike colocarem mais lenha na polarização entre esquerda e direita, gerando reações negativas, como piadas e até torcida contra a seleção. O consenso é que a camisa vermelha desrespeita a tradição e pode prejudicar a união em torno do time.

 

 

 

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