Curiosidades de Nana Caymmi, uma cantora visceral, que fará muita falta

Perda para a MPB

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Por Creso Soares Júnior

Jornalista

Fotos: Arquivo

Publicado em: 2 de maio de 2025 às 20:38

 

 

Nana Caymmi foi a cantora mais visceral do Brasil.

Tive a sorte de ver muitos shows dela e conversar enquanto caminhávamos pelas ruas do Leblon depois de temporadas dela no People, casa noturna que só o povo de 40 anos ou mais vai lembrar.

Nessas temporadas entre 93 e 95 dois momentos me marcaram.

O primeiro foi quando ela me perguntou quem era a melhor cantora do país.

Ela me disse que para ela era a Maria Bethânia, porque “todas nós desafinamos em algum momento, mas a Bethânia desafina com mais classe”.

Levei esse ensinamento para a vida, se a desafinada é inevitável, o negócio é desafinar com classe.

A segunda passagem aconteceu no dia do enterro de Tom Jobim.

Nana estava em temporada no People e a classe artística foi para lá e promoveu uma celebração em homenagem ao maestro.

Nana entoou à capela Modinha, de Tom e Vinicius.

Foi uma experiência quase metafísica.

Parece que o tempo parou no canto pungente de Nana.

Foram mais de 30 anos sem vê-la, quando há dois anos a encontrei na sala de espera do oftalmologista.

Ela não me reconheceu de primeira, mas quando me apresentei ela sorriu.

Não comungo das mesmas ideias políticas dela, mas ouvir Nana Caymmi é sempre arrebatador.

Agora, só em execuções mecânicas, mas foi um privilégio ouvi-la ao vivo, enérgica e poderosa.

Salve Nana Caymmi.

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