O beijo da traição que marcou a história da humanidade até os dias atuais

Paixão de Cristo

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Alberto Gallo

Engenheiro Analista de Projetos no BNDES
Rio de Janeiro

 

TEMPO DE PÁSCOA É UM CHAMADO PARA NOVO TEMPO. INCLUSIVE PARA AS LIDERANÇAS POLÍTICAS!

 

Um Artigo de Opinião publicado nesta quinta-feira em um dos maiores jornais do país, afirma que teria sido Jesus que traiu a Judas. Pura provocação, mas Judas teria uma opção ou estava predestinado ao pecado?

Estamos no tempo da Páscoa, quando os cristãos celebram a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

É um período de reflexão sobre o sacrifício do Cordeiro de Deus, que se entregou para redimir a humanidade. Mas a mensagem de Cristo não se limita ao céu: ela é um chamado para construir uma sociedade justa aqui e agora, onde a solidariedade e o bem comum sejam pilares.

Nos quarenta dias da Quaresma, os fiéis foram convidados a meditar sobre suas falhas e a buscar conversão, não apenas para garantir um lugar no paraíso, mas para agir em favor dos mais vulneráveis. “Cuidar do órfão e da viúva”, como diz a Escritura, é mais que um mandamento religioso—é um dever humano. Amar, afinal, significa cuidar.

Mas e quando o discurso de cuidar dos pobres esconde ambições pessoais? O Evangelho de João (12, 4-8) traz uma cena reveladora: Judas critica Maria Madalena por derramar um perfume caro nos pés de Jesus, argumentando que o dinheiro deveria ser dado aos pobres. Jesus, porém, conhece o coração de Judas e responde: “Pobres sempre tereis entre vós, mas a mim nem sempre tereis”. O evangelista então esclarece: Judas não falava por caridade, mas porque era ladrão e roubava da bolsa comum.

Aí está uma lição que atravessa os séculos e chega, com incômoda atualidade, ao Brasil do século XXI.

Quantos políticos se apresentam como “o pai dos pobres”, mas vivem cercados de luxos obscenos?

Quantos juízes, governantes e parlamentares discursam sobre justiça social enquanto exibem relógios de centenas de milhares de reais, gravatas de seda italiana?

Ou quando uma primeira dama socialista viaja o mundo, de jatinho público, com bolsas de grife, cada dia uma mais sofisticada que outra. Apenas uma Zegna fotografada recente, alimentaria mais de 50 famílias ao todo, por meses.

Há quem compare Judas Iscariotes a certos políticos de partidos revolucionários modernos—não pelo ideal, mas pelo método. Alguns exegetas sugerem a teoria, que Judas poderia ter ligações com os Zelotes, grupo que pregava a violência para derrubar Roma. Não seria justo equiparar movimentos históricos do terrorismo socialista, mas é inegável que, em qualquer época, há os que usam a causa dos oprimidos como disfarce para sua sede de poder e riqueza.

Jesus repreendeu essa hipocrisia. E a Páscoa é o momento perfeito para que os homens públicos e políticos —especialmente no Rio de Janeiro e de todos os partidos e linhas de esquerda, direita e centro: O Rio já é tão castigado pela corrupção e precisa de líderes com integridade. A Páscoa deve ser esse tempo de Homens Novos. Menos discursos da boca para fora em favor dos pobres, como um véu para esconder a ganância e ambição por desviar os recursos públicos.

Que nesta Páscoa, mais que ovos de chocolate, haja consciência. Que os políticos aprendam com os erros de Judas e escolham o caminho de trabalharem para honrar o povo brasileiro. Porque, no fim, não adianta enfeitar a fala com palavras bonitas se as mãos continuam agarradas ao dinheiro alheio. E sabemos que o Senhor é um Juiz Severo.
A mensagem de Cristo é clara: cuidar dos necessitados começa com o desapego, e não com a bolsa cheia. E o principal é a conversão do Coração.

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