Trajetória de uma investigação
O ex-presidente Bolsonaro, quebrou o silêncio na noite desse sábado, e se pronunciou em suas redes, a respeito da prisão Braga Netto.
Jair Bolsonaro (PL), depois de romper um estratégico silêncio se pronuncia sobre a prisão Braga Netto no final dessa noite de sábado, questionando os métodos de investigação que levaram a prisão de seu antigo ministro, aliado e companheiro de chapa nas eleições de 2022:
“Há mais de 10 dias o ‘Inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP [Ministério Público]. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, questionou.
Já o ex-vice-presidente de Bolsonaro, o também general Hamilton Mourão (Republicanos-RS), também recorreu às suas redes para expressar, ainda nesse sábado o que pensa sobre a prisão de Braga Netto, que em sua opinião trata-se de um “atropelo das normas legais” no Brasil.
Mourão, que é senador pelo Rio Grande do Sul e general da reserva do Exército, também afirmou que Braga Netto “não representa nenhum risco para a ordem pública”.
Já passou a ser de praxe, desde o início da divulgação sobre as investigações da PF Desde que foram divulgadas as investigações da PF sobre a trama golpista de 2022, o ex-vice-presidente tem se manifestado para tentar minimizar o ocorrido.
E já em novembro, depois do indiciamento de Bolsonaro e mais de 30 pessoas na trama golpista, Mourão se pronunciou rechaçando que o país tenha sofrido uma tentativa de golpe.
Sim, porque Braga Netto foi preso nesse sábado por obstrução à justiça em ação envolvendo o inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado de 2022 para impedir a posse do presidente Lula (PT).
Mas segundo a Polícia Federal, a operação teve como objetivo cumprir mandados ligados a pessoas que “estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal”, a fim de impedir a repetição da conduta ilícita.
O órgão anunciou cumprir mandados judiciais expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) determinando, além da prisão preventiva do general, dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra essas pessoas.
O General Walter Braga Netto foi ministro da Defesa e vice na chapa de Bolsonaro em 2022.
Segundo a Polícia Federal, ele participou de dois núcleos que planejaram o golpe de Estado que envolvia, inclusive, um plano para matar em 2022 o então presidente eleito, Lula (PT), o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A Polícia Federal também afirma, que o plano para matar o presidente Lula foi discutido na casa de Braga Netto.
O Exército definiu que o general da reserva ficará detido no quartel da 1ª Divisão de Exército, no Rio de Janeiro. A defesa do militar ainda não se manifestou sobre o ocorrido.