Motoristas de Aplicativo, contra o projeto de “Urgência Presidencial” que reduz o poder de negociação da categoria

Mobilidade Urbana

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Motorista de Aplicativo
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Por Silvia Pereira / Fotos: Divulgação

Publicado em: 7 de abril de 2024 às 16:21

 

O Portal 8k conversou com Denis Moura, que  é presidente da AMPA-RJ – LIGA das Associações de Motoristas por Aplicativo, um dos  representantes dos motoristas  do setor,  para explicar tudo sobre o tema que pode virar lei.

E a palavra a seguir é dele:

A ofensiva prometida pelo Ministro Luiz Marinho contra os Motoristas de Aplicativo, aquele mesmo Ministro que iniciou lá atrás um grupo de trabalho onde ele escolheu 15 vagas para as empresas, as quais na verdade, serão duas ou três empresas com milhares de Associações e Organizações que eles criaram para maquiar a presença deles.

Mas no fundo no fundo, quem manda é a Uber, que colocou 15 vagas também para os trabalhadores.

E aí o Ministro escolheu 15 Sindicatos que não existiam, e que não representam absolutamente nada, até porque nunca participaram, efetivamente, de nenhuma luta verdadeira pela categoria.

Essa história começou assim, depois disso ocorreu o convite para um grupo de trabalho, com a participação de dois representantes da categoria, que logo foram excluídos e expulsos, devido a discordâncias de pensamentos sobre a condução dos trabalhos.

Com apoio das empresas e a anuência do Sindicato, ainda assim não está sendo aceita a proposta, imposta pelo Ministro Marinho, que declarou que vai combater os Motoristas de Aplicativos, acabando com a “gritaria” que em bom português, significa reprimir a voz do povo trabalhador, em seu direito constitucional mais básico, que é o de lutar pela própria sobrevivência.

Não é aceitável a PL 12/ 2024, diz Dênis Moura, pois segundo ele, contrapõe todos os interesses do Motorista de Aplicativo.

Os Sindicatos aglutinados na causa, cometeram erros crassos, mas transformaram seus dirigentes em verdadeiros heróis, que pegam as nossas propostas, para emendar àquilo que eles fizeram.

Ou seja, para entender a confusão, vamos recorrer a esse exemplo a seguir: suponhamos que você faz uma prova em algum Concurso, recebe o resultado que não é bom, e foi eliminado.

Diante desse resultado, você emenda a prova inteira que você mesmo fez, e pede à banca para reavaliar o tal teste, que agora aparece com a emenda que corrige os erros da primeira prova.

É mais ou menos isso que aconteceu, e não é assim que funciona.

Na realidade, o Ministro botou uma arma apontada para a cabeça de todos os trabalhadores, apresentando um projeto com a rubrica de “Urgência Presidencial”.

A “Urgência Presidencial”, significa que o voto não passa pelas Comissões. E as Comissões, principalmente a CCJ, são colegiados compostos por Deputados Federais que avaliam a legalidade daquele projeto ou não, e que discutem dialogam com a sociedade, através de seus representantes, sua verdadeira eficácia na vida da população.

No entanto, o que eles querem, é obstruir, sumariamente, toda e qualquer discussão, ou diálogo sobre o tema.

Então é importante, segundo Dênis Moura, que a categoria esteja sempre alerta para os Sindicato que se dizem “salvadores da Pátria”, o que é uma contradição, já que foram eles próprios que colocaram a categoria nessa situação em conivência com a Uber, a 99, e por fim, com o Ministro do Trabalho.

Ele lembra que o meio requer muita cautela em negociações que incluem interesses financeiros, e que o Governo é o primeiro a querer abocanhar os 27,5%.

Já a Uber, vai ganhar muito também, porque ela disse que vai pagar os 20%, mas na verdade ela vai tirar a corrida do motorista, e tem 50 dias para repassar.

Então, ela vai continuar manipulando, como já faz hoje, o valor da corrida a tarifa do passageiro e a taxa cobrada.

E com isso, é óbvio que ela precisa se oferecer para pagar, pois vai estar ganhando, e os Sindicatos vão encher também os bolsos de dinheiro, dos mais de 120 milhões arrecadados somente para os Sindicatos que brigam entre si, pela astronômica fatia do mercado de Motoristas de Aplicativos, pois estão disputando o seu quinhão sobre a arrecadação.

E sobre a obrigatoriedade de contribuir, é a mais pura mentira. Já que é possível confrontar os exemplos de outros sindicatos, e de outras categorias que já fizeram contribuições, e o trabalhador é colocado sentado na cadeirinha, num horário bem ruim de trabalho, com papel de 50 folhas na mão para preencher, só para dizer “não” às filas gigantescas.

É possível constatar numa pesquisa rápida no Google, que a fila na porta do Sindicato é gigantesca, e o trabalhador acaba “concordando” com a cobrança, e ironicamente, o que tecnicamente não é obrigatório, se torna compulsório, devido às condições insalubres para poder expressar a simples discordância de seu “não”.

 

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