Correios: fruto de uma má gestão
Da redação 8k / Fotos: Arquivo
Publicado em: 16 de outubro de 2025 às 13:35
O peso da “taxa das blusinhas”
O crescente prejuízo dos Correios vai muito além do impacto da “taxa das blusinhas” que corresponde à alíquota de 20% de Imposto de Importação sobre compras internacionais de até US$ 50. Essa cobrança, que entrou em vigor em agosto de 2024, acabou com a isenção que existia para esse tipo de transação.
Além do Imposto de Importação de 20%, o consumidor ainda paga a alíquota de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), que é um imposto estadual.
A partir de abril de 2025, dez estados brasileiros elevaram a alíquota do ICMS sobre compras internacionais de 17% para 20%.
A crise financeira da estatal, que registrou um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, é resultado de uma combinação de fatores, como má gestão, perda de mercado e despesas administrativas elevadas.
Prejuízos recentes
1º semestre de 2025: R$ 4,37 bilhões em prejuízo, um recorde negativo que triplicou o resultado do mesmo período em 2024.
2024: O ano fechou com prejuízo de R$ 2,6 bilhões, o maior desde 2016 e quatro vezes maior que o de 2023.
2023: O déficit foi de R$ 633 milhões.
2022: A estatal voltou ao vermelho com um prejuízo de R$ 767 milhões, após ter um lucro recorde em 2021.
Outros fatores que contribuem para a crise
Concorrência com empresas privadas: O crescimento do comércio eletrônico aumentou a competição com companhias privadas de logística, que muitas vezes oferecem preços mais baixos e prazos mais rápidos.
Má gestão e aparelhamento político: Acusações de má gestão e aparelhamento político ressurgiram, com a crise exposta após o retorno de um governo de centro-esquerda ao poder. O prejuízo tem sido associado a problemas estruturais e de gestão que vão além da atual administração.
Despesas administrativas elevadas: Gastos com salários, precatórios e outras despesas administrativas têm contribuído significativamente para a deterioração das contas da empresa.
Ineficiência das agências: A baixa lucratividade das agências é um problema antigo. Apenas cerca de 15% das unidades operam no azul, enquanto a grande maioria depende do subsídio cruzado.
Planos de reestruturação
Em resposta ao aprofundamento da crise, os Correios anunciaram um plano de reestruturação e estão negociando um empréstimo de cerca de R$ 20 bilhões para equilibrar as contas. No entanto, a oposição no Congresso tem se mostrado contrária à ideia, considerando a estatal financeiramente insustentável.
